quarta-feira, 30 de junho de 2010

Poesia Baiônica

Vivaldo Simão, tem 26 anos, é músico, poeta, jornalista e professor de Português. Nasceu em Crato- Ceará, mas migrou ainda pequeno pra cidade de Oeiras - Piauí, onde vive desde então. Lá, ao lado dos amigos-poetas-universitários Edilberto Vilanova (homenageado no último sarau Ágora) e Rogério Freitas, desenvolve um trabalho poético no blog Baião de três (www.obaiadetres.blogspot.com). Recentemente teve seu poema Das vertigens e fumaças publicado na coletânea Talentos - As melhores poesias do primeiro concurso digital, livro publicado pela Editora paulista MM.
Confira um pouco da poesia baiônico de Vivaldo Simão:

Das vertigens e fumaças
Meus amores duram pouco
Têm o tempo de um cigarro
(e eu largando baganas pelo caminho)
E também trazem consigo
Vertigens passageiras
Mas no fim viram fumaça peito afora

Certa vez me dei ao vicio
E me achei fumando filtros noite adentro
Até morrer de cansaço
Até perder um pedaço
Do que eu tinha de sagrado
Agora meus amores são tão curtos
Como o tempo de um cigarro


Poema mudo

"O que é que se diz
Quando todos os poetas já disseram tudo?"
Silenciei e fiz esse poema mudo

Lady Godiva
a lua, Lady Godiva, cavalga no céu
Sob os olhos de ninguém
A lua em pêlo, a pele pálida
Transpira desejo no espaço
Exala perfume do enlace de sexos
A lua a lamber o céu
Espaira-se a espreita de olhos famintos
Aos quais possa cegar

Porto
Quando caírem os dentes
Restará amor no peito
E quando minguarem os sexos
Ainda haverá desejo
De ser extensão do outro
Ainda haverá o beijo

Ói que o rio ligeiro desabou num mar
Tão maior que os continentes que abrigam os rios
O mar é pleno!!!
Já não corre, já não busca
O mar é porto
Posto sobre a terra
Beija o horizonte e a praia
E bebe o azul do céu

Quando vierem as rugas
Quando emergirem os rasgos
Indícios do tempo passado presentes
Não te pintes
Não te espantes
Se eu quiser teu corpo
Como queria antes
E brincar na tua pele sem retoques

E quando o velho peito
Sucumbir de cansaço
Antes de dormir
Façamos um pacto
Sempre seremos nó
Brincaremos numa brisa
Quando formos pó.

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