terça-feira, 22 de junho de 2010

Quinta de Poesia

Nesta quinta-feira (24), a partir das 20:30, no Espaço Cultural do Restaurante Nova Brisa, na Av. Pres. Kennedy, o sarau Ágora homenageará o poeta de Simplício de Mendes Edilberto Vilanova. A homenagem a ser prestada representa a ideologia apregoada pela estética do Clube Ágora, que progressivamente resiste e se firma, na peneira do tempo, como um sistema literário, através da fusão de agentes integracionistas conscientes da função da arte na sociedade contemporânea: poetas reunidos em torno da poesia, utilizando-a como instrumento de modificação sócio-cultural, com características de temática e estética em comum.
Edilberto Vilanova é mais um poeta, que esquecido no sertão piauiense, permanecia no anonimato e agora adentra o cenário da Literatura de expressão local e serve, num prato fundo, seus versos para aqueles que como ele fogem do caos do mundo moderno cavalgando nos cavalos da poesia.
Na música, a noite será embalada pelos acordes e cordas da voz da jovem cantora de São João-PI: Ingra.

Edilberto Vilanova integra juntamente com os amigos e poetas de Oeiras Vivaldo Simão e Rogério Freitas o blog Baião de Três, que funde em sua estética diferentes estilos poéticos. Dentre os trabalhos de Edilberto no campo da Literatura, destaca-se o livro de crítica literária “A terceira Margem do Rio Subterrâneo de O.G. Rêgo de Carvalho e a peça de Teatro “O Pequeno Príncipe do Sertão. Conhecedor da obra completa do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, Edilberto o aponta como influência da sua atual produção poética, assim como o poeta piauiense H. Dobal, que, segundo ele, muito o tem ajudado na busca de uma linguagem definida e na tentativa de escrever poemas concisos. Vejam alguns dos seus poemas:

Namoro de astros
A gravidade do amor
paira sob o lençol celestial
duas luminárias seculares
velam as noites

Um cavaleiro cavalga na pele crua da Lua
no seu cavalo branco
de espada em punho
São Jorge devorador de dragões

Vestido de luz
nosso romance flutua:
você Vênus
baila entre as galáxias, nua

Iluminados pelo sol
seguimos lado a lado
passeando pelas eras
você Dalva, eu Lua


Sede

Ainda deságuo quando você demora
a descansar seu coração selvagem
em meu peito
pois sei que teu cais
é qualquer porto
qualquer poço
mas você sempre volta
e não tem jeito mesmo
minha sede cede a qualquer encanto seu
tenho a sede dos oceanos
você é minha sede
sede minha represa
sou mulher oceano
e nem a tempestade sacia minha sede
pois quem chove sou eu
a tempestade sou eu
vem cedo navegar em meu pano
deixa teu navio-coração
descansar no peito meu


Reza velha
Nosso amor
desprotegido pelos santos
sem colar benzido no pescoço
quebrou o encanto
e não tem mais reza
que cure esse quebranto

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