quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Poesia de Nilson Ferreira

NílsoN CordeirO FerreirA (NOA)

Nasceu em Teresina/PI (27.10.1961), graduado em Licenciatura Plena em Letras, com Especialização em Língua Portuguesa (UNISA/SP), professor de Língua Portuguesa (desde 1980) e produtor cultural há 30 anos: Semana Cultural (Colégio Diocesano, 1983/85), 1º ENECOJE (Encontro Nacional de Estudantes de Colégios Jesuítas, 1985), CAOLTURAL (Semana Cultural do Colégio Objetivo, Parnaíba/PI, 1994/96), Passando a Língua (programa de rádio sobre a Língua Portuguesa, na FM Vitrine (1999), FM Cultura (2003), Rádio Antares (2005/06), LiteraCultura (literatura, música e cidadania, 2002/04), Passando a Língua (coluna semanal no jornal Diário do Povo, 2003/04), Língua-de-Trapos (exposição de fotos com erros gramaticais, desde 2003), Salão do Livro do Piauí – SALIPI (coidealizador e um dos coordenadores), Língua Solta (coluna com dicas de Português, Jornal O Dia, 2005). É copidesque e Consultor Linguístico e Estilístico (TV Clube/Rede Globo, Grupo Cacique, Revistas Direito Hoje, Mundo Empresarial, Mercado do Imóvel e Clube A. Apresentador do quadro Dicas de Português, no Piauí TV 1ª Edição (TV Clube/Rede Globo). Presidente da Seletiva Estadual do Soletrando da Rede Globo (desde 2007), Coordenador de Literatura Infantil do Programa Primeiro Aprender no Piauí (UNICEF/UNDIME-PI). Estreou como editor com o livro Agentes Públicos, a conduta no período eleitoral, de Marcus Vinicius F. Coelho, Editora Práxis, 2004. É autor dos livros: Proposta Decente, 69 poemas eróticos (poesia, Aboio Edições, 2007), Quase Hai Kai (poesia), Glossário Etimológico (apêndice do livro Agentes Públicos, a conduta no período eleitoral), Educação Fiscal (GEFE/SEFAZ-PI, 2005), Estas Flores de Lascivo Arabesco (coautor, Fundação Quixote/Governo do Estado do Piauí, 2008), Manual da Nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa (Aboio Edições, 2009), tem vários materiais publicados em jornais e revista do Piauí e outros no prelo.

E-mail: noa.nilsonferreira@hotmail.com / Site: www.nilsonferreira.net



Solidão

Lento moinho
gira,
sobe,
desce.

Deusa noturna
indiferente à dor;
a que faz do verso
o anverso,
o inverso
e vice-verso.

Numerosas vidas,
inúmeros moinhos,
raros Sanchos,
preciosas Dulcineias,
alguns Cervantes,
incontáveis Quixotes...


Perdas & Ganhos


No principio,
carentes náufragos,
partilhamos momentos,
somando mágoas,
acumulando indiferença.

Depois,
tornamo-nos estranhos,
sem cumplicidade,
sem passionalidade.

Restou o compromisso,
covardes,
o cio em ócio.

Dói arrumar a mala,
cair fora,
em-boa-hora.

Dão medo o fim e o recomeço,
mas tudo tem sua hora:
- que seja agora!


Caminho para as Índias


O branco europeu aporta em nossas costas!
Eis que se deu o primeiro coito anal da Ameríndia.

No afã de embrenhar-se em nossa mata virgem,
desavergonhadamente instituíram o ato sifilítico.

A abstinência da travessia de além-mar
apimentada pela insaciável libido expansionista
fê-lo recorrer a práticas neocanibalistas
às escuras...

Essa sádica globalização sebastianista tornou-se o protótipo
de cenas eróticas para a novela global das oito,
na melhor de quatro.



Preciso que me beijes


beija o beijo
que dure a vida inteira
beija o beijo
que valha a hora derradeira
preciso que me beijes
para arrefecer a ânsia por partir
em mim
beija-me sem fim

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